Sejam todos bem-vindos!

Esse blog destina-se a todas as pessoas interessadas em conhecer um pouco mais sobre o universo do Autismo e da síndrome de Asperger.




sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

AUTISMO

De acordo com Gillberrg(1990) é uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de um distúrbio de desenvolvimento caracterizado por déficit na interação social, no relacionamento com outros, associado a alterações do comportamento e de linguagem .
O autismo, geralmente, aparece antes dos três anos de idade e é próprio da espécie humana independente de etnia ou grupo social. Não se sabe ao certo as causas do autismo, porém, estudos demonstram que fatores genéticos podem estar associados síndrome, bem como fatores ambientais. Atinge principalmente o sexo masculino, na proporção de quatro meninos para uma menina.
Alguns autistas podem apresentar inteligência e fala intactas, outras podem apresentar deficiência intelectual , mutismo, porém todos apresentam problemas  em sua comunicação, podendo manifestar ecolalias (tendência a repetir automaticamente sons ou palavras ouvidas) e uso estereotipado da fala.
PROBLEMAS DE LINGUAGEM DOS AUTISTAS: (extraído do livro: Autismo, Linguagem e Educação- ORRU, Sílvia Ester)
·         A ausência de fala, puxando, empurrando ou conduzindo fisicamente o parceiro para expressar seu desejo;
·         Retardo no desenvolvimento da fala, retrocesso dessa capacidade adquirida e emudecimento em alguns casos;
·         Expressões por meio do uso de uma ou duas palavras ao invés da elaboração de frases;
·         Ausência de espontaneidade na fala;
·         Pouca fala comunicativa, com tendências ao monólogo;
·         Fala nem sempre corresponde ao contexto;
·         Utilização do pronome pessoal da 3ª pessoa do discurso ao invés da 1;
·         Frases gramaticalmente incorretas;
·         Expressões bizarras, neologismos;
·         Estranha linguagem melódica e monótona;
·         Dificuldade na compreensão de informações ou significados abstratos;
·         Mímica e gesticulações mínimas  ecolalia imediata e ou posterior;
·         Predominância do uso de substantivos e verbos;
·         Pouca alteração na expressão emocional;
·         Ausência ou pouco contato olho a olho;
·         Falta de função nas formas verbais e na palavra ;
·         Pouca tolerância para frustrações;
·         Interesses e iniciativas limitadas. 


APRENDIZAGEM DO AUTISTA:( extraído do livro Autismo, Linguagem e Educação – ORRU, Sílvia Ester)
·         PROGRAMA TEACCH: Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficits relacionados à Comunicação - e baseia-se  na organização do ambiente físico através de rotinas organizadas em quadros, painéis ou agendas – e sistemas de trabalho, de forma a adaptar o ambiente para tornar mais fácil para a criança compreende-lo, assim como compreender o que se espera dela. Utiliza estímulos visuais e audiocinestesicovisuais para produzir comunicação. As atividades são programadas individualmente e mediadas por um profissional.
·         CSA – Comunicação Suplementar e ou Alternativa – Utilizado para definir outras formas de comunicação como uso de gestos, da língua de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto ou símbolos pictográficos e até uso de sistemas de computador com voz sintetizada. É constituída por símbolos que possibilitam representações visuais, auditivas e táteis com o objetivo de favorecer a capacidade das pessoas no estabelecimento e na manutenção da interação social e a possibilidade de comunicação. Dentre os sistemas simbólicos destaca-se no atendimento ao autista o PCS.
·         PCS – Sistema Pictográfico de Comunicação- É um sistema gráfico visual que compreende desenhos simples, podendo ser acrescido de fotografias, figuras, números, círculo para cores, alfabeto e outros desenhos ou conjuntos de símbolos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER É DESAFIO PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Vanessa Fajardo
Do G1, em São Paulo

Especialistas defendem que as crianças que apresentam este tipo de síndrome podem - e devem - frequentar escolas regulares. “As pessoas aprendem de jeitos diferentes e a pluralidade faz com que a escola fique cada vez mais interessante. Ambientes homogêneos são desinteressantes”, diz Liliane Garcez, coordenadora do curso de pós-graduação inclusiva do Instituto Vera Cruz.
Para Liliane, o papel da escola é aproveitar o potencial do aluno e canalizá-lo para os demais conteúdos da série que cursa. "É preciso aprofundar o conhecimento sobre estas síndromes para melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas. Não cabe mais a segregação."
Famílias
A professora e atual presidente da AMA (Associação de Amigos dos Autistas), em São Paulo, Sonia Maria Costa Alabarce Nardi, de 48 anos, conhece as dificuldades da síndrome. Seu filho, Guilherme Alabarce Nardi, de 15 anos, tem Asperger e passou por três escolas antes de completar 7 anos. “As escolas não estavam preparadas para recebê-lo porque ele chorava muito e não aceitava regras.”
Sonia buscou apoio na AMA, que fornecia suporte pedagógico a Guilherme e o matriculou em uma escola pequena, onde os funcionários podiam lhe dar mais atenção. “Ele não tinha facilidade de conviver com outras crianças e tivemos de nos adaptar.” Hoje, no segundo ano do ensino médio, Guilherme tem notas exemplares. “Ele é muito inteligente, tem uma memória excelente, mas a convivência ainda é um pouco difícil. São poucos os amigos.”
A auxiliar financeira Maria Aparecida de Santana Oliveira, de 53 anos, também tem um filho com a síndrome. Jefferson Santana de Oliveira, hoje com 23 anos, sempre estudou em colégios comuns. “Ele conseguiu acompanhar, ficava um pouco isolado, mas, aos poucos, começou a interagir. Às vezes os colegas o excluíam, mas ele gostava de ir à escola. Tinha dificuldade em matemática, mas muita facilidade para línguas.”
Concluído o ensino médio, Jefferson tem uma nova batalha: encarar a frustração de não ter passado no vestibular da Universidade de São Paulo (USP) e retomar os estudos. A mãe diz que antes o jovem quer encontrar um emprego.
Diagnóstico
O primeiro obstáculo dessas famílias é acertar o diagnóstico. Muitas vezes percorrem verdadeiras maratonas em psicólogos, psiquiatras e neurologistas que chegam a confundir a síndrome com hiperatividade ou déficit de atenção. “São sintomas sutis e muitas vezes os pais não identificam porque acham que é o jeito da criança”, afirma Cinara Zanin Perillo, psiquiatra especialista em infância e adolescência.

Outra característica da síndrome é a fixação por interesses específicos, geralmente ligados ao campo das ciências, como biologia, corpo humano, astronomia ou dinossauros.
Os “aspies” têm dificuldade de centrar o olhar em um determinado ponto e entender metáforas. Todas as expressões, para eles, têm sentido literal.
A síndrome de Asperger é causada por alterações genéticas associadas a fatores hereditários. É mais comum em meninos e os indícios podem ser percebidos a partir dos 3 anos. Segundo Cinara, é comum que os portadores desenvolvam outros transtornos psiquiátricos. Não há cura.


Nova técnica para tratar síndrome de Asperger


Uma técnica inovadora para o treino de crianças com Asperger, aplicada na Fundação Renascer em Lisboa, aposta em ajudas visuais, como, por exemplo, cores, para representar sentimentos. O método consiste em treinar "a capacidade de nos pormos no lugar dos outros" e visa ensinar a estas crianças aquilo que para a maior parte das pessoas surge naturalmente

Há um ano, David era uma criança diferente: incapaz de começar e manter uma conversa com os colegas, sentia-se isolado e triste. Nos últimos meses "começou a dar pequenos passos em direcção ao mundo", explica a mãe. Para Paula da Silva, o progresso deve-se a uma nova técnica para o treino de crianças com Asperger, aplicada na Fundação Renascer em Lisboa.

David sempre teve tendência a isolar-se e dificuldade em comunicar com as outras crianças, conta Paula. Mas só quando tinha sete lhe foi diagnosticada síndrome de Asperger, uma perturbação do desenvolvimento da "família" do autismo, marcada pelas dificuldades de comunicação e interacção com os outros. A notícia, chocante porque se trata de uma doença sem cura, foi também um alívio para Paula, porque finalmente percebeu o que se passava com o filho.

Mas até ao ano passado, e apesar de ser acompanhado por uma psicóloga, David fazia poucos progressos. Foi por isso que Paula procurou ajuda na Fundação Renascer, onde um grupo de terapeutas começou a aplicar uma nova técnica, conhecida como "pensamento social". Este método, desenvolvido pela norte-americana Michelle Winner, que esteve recen- temente em Portugal a convite da Fundação, consiste em treinar "a capacidade de nos pormos no lugar dos outros", explicou a terapeuta ao DN. Usando várias técnicas, e apostando em ajudas visuais (cores para representar sentimentos, por exemplo), a terapeuta tenta ensinar a estas crianças aquilo que para a maior parte das pessoas surge naturalmente.

Isto porque uma das principais dificuldades destes doentes é compreender o que os outros percebem instintivamente: as diferenças no tom de voz, nas expressões faciais, a ironia. Assim, apesar de muitas vezes serem brilhantes a vários níveis, são também socialmente desastrados. David, por exemplo, como gosta muito de futebol, tinha tendência a soterrar as outras pessoas com informação sobre transferências, parecendo não dar importância ao facto do seu interlocutor estar aborrecido. Porque não percebia.

Nas sessões de "pensamento social", com Rita Alambre dos Santos, que também é directora da Fundação, tem aprendido a abordar os outros, a perceber o que é socialmente adequado e como exprimir a sua frustração. Muitas vezes abordando as dificuldades que surgem no dia-a-dia. O método "pensamento social" tem tido bons resultados com crianças e adultos com Asperger, embora também seja aplicada a outras pessoas com problemas de comunicação. No entanto é fundamental que os doentes dominem a linguagem.

No caso de David, conseguiu, aos 13 anos, fazer a sua primeira amiga. E apesar de continuar a ser gozado por alguns colegas, a maioria já aceita a sua maneira de ser "pouco convencional", explica a mãe, "até a nossa relação melhorou", conclui. Por outro lado, Paula sente que não é só David quem tem dificuldade em compreender os outros. "As pessoas que sofrem da síndrome de Asperger são muito incompreendidas, porque há muita ignorância."


Em cartaz nos cinemas, a animação “Mary e Max” mostra os problemas dos “aspies”.

É o conto (ou, de acordo com o próprio filme, "baseado em uma história real") de dois personagens bastante distintos que passam a se corresponder por cartas e formar uma amizade. Mary, de 8 anos, uma menina gordinha e solitária, que mora na Austrália, torna-se amiga de Max, um homem de 44 anos, que tem síndrome de Asperger e vive em Nova York. Ambos têm dificuldade de fazer amigos e passam a trocar correspondências onde compartilham alegrias e decepções.  A história gira em torno de suas cartas e das consequências que elas causam.


Na animação, Max é um homem de 44 anos que tem síndrome de Asperger (Foto: Divulgação)





sábado, 8 de janeiro de 2011

AUTISMO E SÍNDROME DE ASPERGER

As principais características que distinguem o Síndrome de Asperger do Autismo são as habilidades “normais” da inteligência e da linguagem. A preservação destas habilidades pode, por vezes, “enganar” o diagnóstico e este ser tardio.
Os pacientes com Síndrome de Asperger, diferentemente dos Autistas, tendem a ter maior consciência das suas diferenças e mostrar um maior sofrimento, relativamente a isso. Na vida adulta, apresentam sérias dificuldades psicológicas. As pessoas com este Síndrome têm necessidade de fazer amigos, de conhecer pessoas, podem ter uma conversa em monólogo, geralmente com um adulto. Abordam as pessoas à sua volta com uma grande excentricidade e de uma maneira pouco vulgar, afastando-as, tendo muita dificuldade em controlar a sua frustração de não conseguirem obter os seus desejos. Estes indivíduos muitas vezes podem ficar ansiosos e desenvolver transtorno de ansiedade ou de humor, chegando a necessitar de tratamento com medicamentação. São capazes de descrever correctamente de uma forma cognitiva e formalista, as emoções, sentimentos e intenções das demais pessoas mas sem nunca saberem para que servem essas informações. Não conseguindo assim uma interação com o outro.